quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Escritura

Deixo sorrisos, piadas e brincadeiras
Aos meus amigos sempre sorridentes
Piadistas e brincalhões;
Deixo-lhes também um abraço apertado
E a certeza de um reencontro.

Às tantas mulheres que fizeram
Desta carne e destes ossos
Uma matéria com um pouco mais de alma
Deixo um abraço e um beijo carinhoso
E um "muito obrigado"
Por terem passado por mim.

Deixo, sobretudo, à minha mãe
Este mesmo abraço carinhoso
E um "muito obrigado" ainda maior
Por ser a mulher que me amou
Em todos os momentos da minha vida.

Ao meu pai, meu bom e velho pai
O homem que eu nunca fui
Deixo meu orgulho, minhas notas musicais
Minha voz e os cabelos que ainda me restam
Para que ele sempre se veja jovem.

A quem interessar
Deixo meus jogos, minhas senhas
Meus adereços, minhas roupas
Meu patuá de bolso
Minhas contas de Ogun e de Oxalá
E uma gaveta de pequenos guardados.

Deixo, por fim, à Chuva
Meus poemas, minhas prosas
Minhas frases não ditas
Minha carne, meu osso, meu sexo
Minha Lua e meu Sol
Minha flor e meu espinho
Todos os sonhos rasgados no meio do caminho
E o resto de uma chama que jamais se apaga.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Bailarina

Abre-se a cortina
E surge
Bailarina
Ocupa todo o palco
Arteira
Artista
Desenha no ar
Com as mãos
Com os quadris
Ondas
Tsunamis
Infinito
É a única
Mona
Lisa
Sorri
Fascina
Seu sorriso
Um enigma
Uma esfinge
Indescifrável
Felina
Seu corpo inteiro
Baila
Seu ventre
De mulher
Ensina
Seu poder
Às meninas
Lança os véus
Ilumina
Faz de mim
Sua ruína
Seu palco
E dança
Livre
Nesse infinito
Onde é
Para sempre
Bailarina.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

14 Bis: Toda vez que o adulto balança, ele vem



Bola de Meia, Bola de Gude - Milton Nascimento

Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

Ele fala de coisas bonitas
Que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade, alegria e amor

Pois não posso, não devo, não quero viver
Como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem, isso é coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão

domingo, 20 de dezembro de 2009

Poema Criancímino n.° 07

Eu nunca falei muito.

Tenho riquezas escondidas
Tenho tanto a revelar...

Não mostro.

Mesmo que eu mostrasse
Outros não veriam.

Meu trapézio
Meu circo de pulgas
Meu gramado
Minhas ladeiras de bicicleta
Minhas mãos sujas de graxa
Minha infância solitária
Perdulária
Inventária...

Quem poderá medir
A riqueza de uma criança?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Poema Criancímino n.° 06

Soluço
Tomo susto
Tenho medo.

Espero
Suspiro
Estou com soluço.

Você veio
Soluçou meu problema
Solucei
Porque não sei assobiar

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Poema Criancímino n.° 05

Eu não desenhei coraçõezinhos na infância.
Resultado: hoje tenho exercícios de voltar a ser criança.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Poema Criancímino n.° 04

As coisas que eu tinha e perdi
Se adaptaram a um teto com correntes
E lá ficarão eternamente.

É um teto apenas
Correntes
Coisas dependuradas
Não tem chão...

Um teto sem chão
Um céu multicor
Crepuscular
Coisas dependuradas
Perdidas...

Se alguma coisa se soltar
Vai cair
Vai cair...
Até que encontre uma nova corrente
E lá se prenda e lá fique
Dependurada
Sozinha

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Poema Criancímino n.° 03

Pular, andar, saltar,
Girar, deitar, rolar.

Vou atrás de um tesouro perdido,
Enfrento o perigo,
Salvar meu amigo,
Correr contra o tempo,
Quem pula comigo,
Quem é meu amigo?

Ninguém quer brincar?
Tudo bem,
Brinco sozinho, mesmo.

Eu sei ser feliz.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Poema Criancímino n.° 02

Fui criança
Todos sabem
Fui gato esguio
Ladrão furtivo
Guarda zeloso
O mais rápido
Fiz tantos gols
Que cansei de comemorar
Fiz tantas defesas
Que fui chamado de salvador
Fui herói, corajoso
Fui tímido
Medroso, mesmo
Não gostava de sentir
No entanto, fui cantor
Me apaixonei
Fui poeta
Pierrot sem picadeiro
Fui ferido
Fiquei mórbido
Mórbido por muito tempo
Então, fui leve
Zeloso
Cuidadoso
Fui homem.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Poema Criancímino n.° 01

E eu que pensava que faço poesia.

Um dia eu fiz
Quando descia as escadas do Flávio
E olhava o branco no piso de azulejos vermelhos
nos bancos de madeira
nos jardins com terra
nos jardins com grama

Eu olhava aquilo e tudo parecia sonho...

Será que era sonho mesmo?
Ou será que eu nunca acordei?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Os Poemas Criancíminos

Olá, leitores. Primeiramente, quero agradecer os comentários que recebi (são poucos, mas já são gratificantes); é por saber que as pessoas gostam do que eu posto aqui que eu me sinto ainda mais motivado a manter este blog sempre ativo e com atualizações constantes. ^^

Mas então, eu decidi que gostaria de postar alguns poemas bem especiais para mim: são poemas que, no lugar de um título, eu pus um número de identificação, enquanto o título propriamente dito fica para a coletânea - ou seja, embora eles funcionem separadamente como poemas, eles só fazem sentido quando estão unidos nesse contexto. A essa coletânea eu dei o nome de "Poemas Criancíminos".

Muitos já devem ter percebido que esses poemas falam de uma época bem específica da minha vida... e sim, em parte isso é verdade. Eles falam da minha infância - mais precisamente, das impressões que eu guardei da minha infância (porque foram escritos em outra época, quando eu já era adulto).

Porém, embora alguns já possam ter entendido tudo, apenas pelo que eu disse acima, eu acho que a maioria ainda não entendeu bem; na verdade, esses poemas falam não de uma, mas de duas épocas da minha vida - uma é a que eu falo nos poemas (a infância), e a outra é a que eu escrevi os poemas. Esse período em que eu escrevi os Poemas Criancíminos foi uma época de muita felicidade, como poucas vezes eu vivenciei na minha vida; e talvez seja por isso eu me apegue tanto a tudo que me aconteceu naquele tempo (mais até do que a minha própria infância).

Os Poemas Criancíminos são pueris - leiam essa frase com todos os seus possíveis significados. Eles são pueris porque falam da infância, pela linguagem e pela forma pouco elaboradas, e também pelo conteúdo jocoso que aparece em alguns poemas. E é por isso que são chamados de Criancíminos (neologismo daqueles que as crianças inventam para nomear aquilo que querem dizer).

Aliás, antes que eu me esqueça: outro motivo da existência dos Poemas Criancíminos é o de que toda criança tem um quê de poeta, por essa habilidade de inventar palavras novas, quando as comuns não lhe servem. E é precisamente isso que os escritores fazem: procuram e encaixam palavras com a engenhosidade de uma criança, para dizer coisas que parecem ser quase indizíveis. Como já dizia José Saramago, numa entrevista gravada em vídeo: "o menino que fui é o homem que sou".

Espero que gostem; a partir de amanhã eu começarei a postar, um por um, os Poemas Criancíminos. Obrigado novamente a todos os leitores por me lerem e comentarem, e até o próximo post.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Sonho de Lua Cheia

Acordei. De repente. Às 4:30 hs da manhã. A Lua brilhava enorme no céu, com o seu brilho de Lua cheia. Os pássaros cantam, como se o dia já tivesse amanhecido... também eles acordaram mais cedo?

Os pensamentos fervem; por mais que o meu espírito esteja em paz, os meus sonhos ainda me atormentam. E qual não é a minha surpresa em perceber que eu ainda sonho com ela - e mais, que o sonho me impressiona o bastante para eu acordar no meio da madrugada.

Decidi que iria escrever esse sonho; mais tarde me seria útil. Relatei-o então, com detalhes, para depois descrevê-lo ao meu psicólogo. Quando eu me dei conta, já passava das 7. Quase não dormi, e tinha um dia cheio.

Esqueci do tal sonho, como era de se esperar. Eu sempre me esqueço, depois que o dia começa e as obrigações do dia-a-dia aparecem. Mas ficou uma vontade de pegar o telefone e ligar... afinal, não posso negar que ela me é muito querida. Farei isso no final do dia.

A Lua surgia de longe, no mar... estava cheia. Coisas sempre acontecem quando a Lua está cheia. Mas o que eu tinha que fazer mesmo?

O telefone toca:
- Alô?
- Oi; sou eu.
- A essa hora?
- *risos* E que outra hora eu te encontraria disponível pra falar ao telefone?
- Tá, tem razão... *risos* Então fala, tudo bem com você?
- Estou bem, sim; você pode se encontrar comigo?
- Posso sim.

No local combinado:
- Oi!
- Oi...
- Quer se sentar ali, na sorveteria?
- Não; na verdade, prefiro andar.
- Ok... já viu como está a Lua?
- Não, cadê? Ah sim... está bonita.
- É...
- Então, estamos indo pra onde?
- Ah! Eu queria que você me ajudasse com a mudança... estou morando em outra casa.
- Mas então você... eu não estou entendendo nada!
- Eu me separei, já faz quase 1 ano. Fiquei morando com umas amigas, mas agora consegui finalmente a minha própria casa.
- Por isso eu não tinha mais notícias suas... mas então, onde é a casa?
- Estamos indo pra lá agora. *risos*
- Hahahahaha, tá bom.

Chegamos... a porta estava aberta:
- O que houve?
- Ai meu deus, o que é isso? Clara! Clara, onde você está??

Ao subir as escadas, encontramos Clara sentada na cama, amarrada com os braços para trás do lençol, amordaçada.
- O que é isso!! Minha filha!!!!

Eu fui olhar a casa inteira, esperando encontrar o invasor - maldita impulsividade, maldita hora de bancar o herói! Se fosse um ladrão armado, eu poderia até não estar vivo pra contar a história...

Felizmente, eram apenas crianças:
- O que vocês estão fazendo aí?
- Eita, sujou...
- Erh, desculpa tio, a gente só tava brincando de pirata.
- Pois então a brincadeira aqui dentro acabou. Se quiserem, podem continuar lá fora.

Chegam mãe e filha:
- ... e me avise quando for fazer esse tipo de brincadeira! Que susto você me deu!!!
- Desculpa...
- Clara, a gente tá saindo. Vamos continuar a brincadeira lá fora.
- Eu posso ir também, mamãe? Eu tava brincando com eles e...
- Tá bom... pode ir brincar com seus novos amiguinhos. Mas tenham juízo!!!
- Tá, mamãe. Obrigada! *beija*

As crianças saem. Impressionante como as crianças conseguem não ter maldade nenhuma, e enxergam o mundo como se ele não oferecesse qualquer perigo... ou talvez sejamos nós, adultos, que somos preocupados em excesso. Eu fui olhar a janela; precisava tomar um pouco de ar. Ela chega:
- Ai... quase ela me mata do coração...
- A mim também! Aliás, há quanto tempo vocês moram aqui?
- Não tem uma semana.
- E ela já tem novos amigos! *risos*
- É! *risos* Minha filha é leve...
- É... tal mãe, tal filha.

E ali, naquela janela, ficamos apoiados, vendo a pequena Clara brincar com os novos amiguinhos dela... e olhando a Lua cheia. Então ela se recosta no meu peito, como um travesseiro, e me beija o pescoço, falando baixinho:
- Eu quero que você seja o meu homem...

Será um sonho? Não sei, não sei... Quando eu estou com ela, eu não sei mais o que é sonho e o que é realidade. Só sei que, quer eu goste, quer não, ela é a mulher que habita os meus sonhos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Segredo da Lua e da Chuva

Que segredo é esse
Que o olho lunar, olho de sonhar
Despeja em cascata, em luz de luar
Sobre o espelho d’água infinito do mar?

Que segredo é esse
Que o céu carregado de puro prazer
Revela entre folhas, num dom de chover
Deixando na terra o sabor de viver?

É o mesmo segredo, onda de luz
Que o meu olhar sonhador conduz
Aos teus olhos molhados, infindos de sentir

É o mesmo segredo, orvalho de mel
Que brilha no arfante ventar do teu céu
Contando a nós dois uma história sem fim

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Paulinho Moska: a trilha do novo começo



Tudo Novo de Novo - Paulinho Moska

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando: nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Telefonema

Cinco anos se passaram... cinco anos completos, nada mais, nada menos... cinco anos sem conseguir me desligar daquele bendito telefonema...

(...)
- Alô?
- Alô... sou eu. Como você está?
- Eu tô bem, eu... cheguei em casa, sem problemas.
- Você sabe do que eu tô falando, e não é disso.
- *silêncio*
- Eu estou me perguntando agora, sem parar; como você está se sentindo? Por que você fez amor comigo, se já não me queria mais? Eu estou pensando alguns possíveis motivos: carência, memória, muito tempo sem sexo...
- Espera, escuta; eu quero te falar... eu quero falar uma coisa... mas depois eu vou desligar o telefone, tá? E por favor, não me liga de novo... não me liga, só escuta o que eu tenho pra falar.

Eu sabia o que ela queria me falar; e juro que pensei em responder a ela que "não diga nada do que possa se arrepender depois", mas o desejo de ouvir aquilo que ela tinha pra me dizer era maior.
- Tá bom; pode falar, eu não vou te ligar de novo.
- (...) Eu te amo! - *desliga*

Eu não sei quanto tempo eu passei segurando aquele telefone na minha mão, antes de recolocá-lo no gancho; e eu fiquei cinco anos tentando entender o que a levou a me dizer que me amava, sendo que nunca mais eu iria namorá-la de novo - e o pior, como poderia ela ter se apaixonado por outro, apenas 3 meses depois de dizer que me amava?? Eu simplesmente não consegui acreditar; ao mesmo tempo, era precisamente nisso que eu queria acreditar: que ela me amava.

Cinco anos da minha vida se passaram, enquanto eu tentava entender todas as coisas que ela fez no período da separação; eu consegui entender e perdoar todas as coisas... menos esse telefonema. É como se eu não tivesse desligado o telefone, depois de cinco anos que se passaram na minha vida. Cinco anos perdidos, tentando arrumar, em vão, a casa dos meus sentimentos.

De repente, o telefone toca:
- Alô?
- Oi...

Aquela voz... aquela voz! Quase eu caio de costas no chão, devido à tontura que eu senti naquele momento. Procurei um banco qualquer e me sentei, para evitar qualquer desequilíbrio.
- Você está aí? O que houve?
- Nada; desculpa, eu procurava um banco pra me sentar.
- Sou eu...
- É, eu sei.
- Como está você? Já faz tanto tempo que não nos falamos direito...
- É, cinco anos.
- Nossa, tudo isso? Nem lembrava. *risos*
- É, né? *sorri*
- Mas então; como vai?
- Vou bem. Muita coisa aconteceu na minha vida. E você?
- Eu estou bem... tô namorando, agora.

Não imaginei que eu fosse sentir aquilo; minha nuca esquentou, minha pele inteira esquentou, eu segurei o telefone com a força de quase quebrá-lo. Fiquei com ciúmes, muitos ciúmes, depois de cinco anos que não a via. Aquela questão latejou na minha cabeça; mas antes, eu perguntei outra coisa:
- Por que você me ligou?
- Porque eu tinha saudades... e porque eu tenho passado por muitas coisas na minha vida, e acredito ter deixado algumas pessoas tristes... e quero tentar consertar os erros. Me responde: você ainda tem alguma mágoa comigo, pelo que a gente viveu?

Ela me pegou de surpresa agora; não tinha mais como eu fugir daquilo. Agora é o momento do acerto de contas.
- Existe sim. Na verdade, é uma coisa bem específica, porque todo o resto eu compreendi e te perdoei.
- Pode falar o que é, então...
- Eu entendo que, se eu amo uma mulher e ela me diz que me ama, então eu devo correr atrás dela para viver aquele amor. Então, por que você me disse que me amava, quando já iria sumir da minha vida e ainda ia se apaixonar por outra pessoa tão rápido?
- Hmm... é, eu fui uma louca destrambelhada em dizer mesmo isso...
- Concordamos nisso então, né?
- Sim, mas deixa eu explicar!
- Ok. A palavra é sua.
- Eu disse que te amava, porque era verdade! Eu não queria te amar, eu estava machucada demais com tudo que a gente viveu, e mesmo te amando eu não podia mais continuar com você. Entende? Eu falei que te amava... porque eu não soube inventar nada; apenas disse o que estava no meu peito.

Então era isso; era realmente verdade que ela me amava. E eu não entendi que ela se afastava de mim para preservar a sua integridade emocional... que ela precisava de um descanso.

Eu não entendi isso antes, porque o meu amor era cego demais.
- Entendi... agora eu acho que posso te perdoar por tudo. Mas então, me fala: como é esse seu novo namorado?

Conversamos mais um pouco, ela me falou dele (eu precisava ter a certeza de que ela estava com um cara legal)... e enfim nos despedimos:
- Eu havia jurado pra você que seria um homem melhor quando nos encontrássemos novamente... e acabei falhando nisso. Mas a promessa ainda está de pé.
- *risos* Tá bom; se você ainda quer cumprir essa promessa, então vá em frente. Espero que você se torne mesmo um homem melhor, e seja muito feliz.
- Pode deixar comigo. Um beijo!
- Beijo!

Enfim, aquele telefonema de cinco anos atrás, com o assunto que não havia acabado, terminou hoje. Agora, é hora de limpar todas as dores e recuperar o tempo que passou enquanto eu estava parado no tempo. E eu só tenho que agradecer pela oportunidade de ter vivido, intensamente, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, o maior amor que eu já tive em toda a minha vida.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Engenharia

Vivo a buscar
A medida exata
O cálculo exato
A margem de segurança
A estrutura sólida.

Os passos medidos
A meta traçada
O caminho traçado
O autocontrole
O alto controle.

O pulso controlado
A tensão controlada
O tesão controlado
O amor controlado
A vida controlada.

Quem vai me ajudar
A sair do controle?
Quem poderá
Acrescentar momentos
À minha engenharia?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Batatinha: diplomado em desespero calculado

Diplomacia - Batatinha
http://www.cifras.com.br/cifra/batatinha/diplomacia

Meu desespero ninguém vê
Sou diplomado em matéria de sofrer (x2)

Falsa alegria, sorriso de fingimento
Alguém tem culpa deste meu padecimento

Sofrimento e padecer
Todos lamentam mas só eu sei responder (x2)

Luto por um pouco de conforto
Tenho o corpo quase morto
Não acerto nem pensar

Mesmo com tanta agonia
Ainda posso cantar
Ainda posso cantar

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Lua Vazia

Vivo num mundo da Lua
Assim como a Lua, circular
Vive a sondar a Terra
Vivo eu num círculo em volta de ti
Exatamente como a Lua
A qual é sempre Lua
Ainda que cheia de fases
A Lua não tem nenhuma riqueza em si
A não ser para quem a vê
E uma Lua que não interfere
Nas marés loucas do teu desejo
É como um céu sem Lua
Incompletude da noite
Escuridão que não tem fim

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Santa Monica

Aconteceu de novo. Estou escrevendo novamente, como era tão frequente há alguns anos atrás. Qual não é a minha estranha familiaridade com esse ato, que há tanto hibernava como um urso durante a grande noite...

O mais engraçado disso tudo é que foi um aparelho eletrônico que fez esse urso acordar.

Ela veio buscar as suas coisas na minha casa... eu já a esperava. Tudo estava guardado em duas pequenas caixas, identificadas pelas suas iniciais. Para esperá-la, eu liguei o rádio e deixei tocar uma FM.

A campainha toca. Era ela.
- Olá... desculpe se te incomodo...
- Não, tudo bem. Eu só estou um pouco cansado. Entre.

Ela entra e se senta no sofá. Pergunto-lhe se quer uma bebida.
- Aceito sim, por favor.
- E então... como vai você?
- Estou bem; resolvendo coisas na faculdade... e na minha casa...
- Sei; pelo que vejo, não mudou muito. E eu também...
- Verdade... eu não sei se isso é bom ou ruim.
- Eu vou buscar as suas coisas...

Depois de trazer as caixas pra ela, ela me per-guntou se eu estava bem - eu admito pra vocês que estava me sentindo estranho como nunca, mas na hora respondi:
- Estou bem sim.
- Não parece; está tenso, não quer me falar nada?
- Bem, na verdade eu estou sim. É que é estranho receber você aqui em casa depois de tanto tempo...
- É... eu também sinto isso... Mas - nossa, um violão! Você toca?
- Aprendi recentemente; ainda preciso treinar.
- Toca uma música pra mim antes de eu ir?
- Claro...

Baixei o volume do rádio por um momento, e comecei a suar frio... eu não podia decepcioná-la. Peguei o violão, respirei fundo... e toquei a nossa música, Skap de Zeca Baleiro. Incrível como eu toquei bem, mesmo com as mãos tremendo nas cordas.
- Lindo...
- Bem... que bom que gostou.
- Agora está na hora de ir, né...

E então, nossos olhos se grudaram como da primeira vez que nos vimos; e eu sabia que era a hora. Aproximei-me dela com muito medo, mas sem recuar. E um beijo aconteceu. Junto com o beijo, uma explosão de sentidos... e eu passei a escutar Santa Monica tocando baixinho no rádio, fazendo os segundos do beijo se multiplicarem indefinidamente.
- Me leva pro seu quarto... por favor.

Santa Monica, como era também o seu nome... Santa Monica, a trilha sonora que me levou de volta ao passado. Um tempo em que a minha carne triste chegava a ser quase feliz.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mapa

Mapeei teu corpo
Para te decifrar aos poucos
Me perdi em teus meandros

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Instrumentais de Flávio Venturini

São Tomé - Flávio Venturini


Jardim das Delícias - Flávio Venturini


Fantasia Barroca - Flávio Venturini

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Espelho de Narciso

Quando teus olhos cresceram
Sobre meus olhos descrentes
Minha alma em forma de “Y”
Seguiu um rumo estranho
Meu mundo, que era castanho
Ganhou tons de verde e vermelho
E tu, outrora espelho
Hoje és mar, onde morro afogado

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Corpo do Blog

Olá, leitores; desculpas pelo tempo sem postagens no blog, eu estive meio ocupado e com poucas ideias para compartilhar aqui (ainda estou). Aliás, provavelmente é por isso que eu estou aqui novamente escrevendo mais um post de conversa com vocês...

E eu fico pensando: é até engraçado falar em "olá, leitores", já que eu quase não vejo comentários a respeito das postagens, além de haver tão poucos seguidores (apenas 5, até o momento)... então, às vezes sinto como se eu escrevesse pra ninguém, ou quase isso.

Mas tudo bem; a primeira intenção deste blog foi a de eu escrever e postar coisas variadas que eu gostaria de guardar sempre na memória, seja porque é bonito, seja porque fala de momentos importantes da minha vida, seja porque elas fazem parte daquilo que compõe a minha matéria emocional. E assim eu vou escrevendo, ou aplicando Ctrl+C / Ctrl+V, ou editando html's pra caber aqui... transformando este cantinho da internet em uma coisa minha, pessoal e intransferível.

Mas então, voltando para o título: eu organizei este blog em 3 categorias, a citar:
- Cérebro (ou "assuntos internos e conversas com os leitores");
- Retina (ou "coisas apaixonantes que eu leio, ouço ou vejo");
- Vísceras (ou "textos tortos que saem direto do meu estômago para as mãos").

Assim está organizado, e assim estão dispostas as categorias na side bar à esquerda, para quem se interessar por apenas uma parte do blog - o cérebro, a retina ou as vísceras.

Hoje eu não vou postar nada de poesia; mas os leitores podem esperar pelos próximos dias, para eu decidir o que posto, no caso eu não escrever nenhum texto novo. Abraço a todos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sinead O' Connor: afinada, caótica e linda

(o vídeo é bem velho, então a qualidade da imagem fica a desejar... mas escutem a música)


Troy - Sinead O'Connor

I’ll remember it
And Dublin in a rainstorm
And sitting in the long grass in summer
Keeping warm
I’ll remember it
Every restless night
We were so young then
We thought that everything
We could possibly do were the right
Then we moved
Stolen from our very eyes
And I wondered where you went to
Tell me when did the light die
You will rise
You'll return
The phoenix from the flame
You will learn
You will rise
You'll return
Being what you are
There is no other Troy
For you to burn

And I never meant to hurt you
I swear I didn't mean
Those things I said
I never meant to do that to you
Next time I'll keep my hands to myself instead
Oh, does she love you?
What do you want to do?
Does she need you like I do?
Do you love her?
Is she good for you?
Does she hold you like I do?

Do you want me?
Should I leave?
I know you're always telling me
That you love me
Just sometimes I wonder
If I should believe
Oh, I love you
God, I love you
I'd kill a dragon for you
I’ll die
But I will rise
And I will return
The Phoenix from the flame
I have learned
I will rise
And you'll see me return
Being what I am
There is no other Troy
For me to burn

And you should’ve left the light on
You should’ve left the light on
Then I wouldn't have tried
And you'd never have known
And I wouldn't have pulled you tighter
No I wouldn't have pulled you close
I wouldn't have screamed
No I can't let you go
And the door wasn't closed
No I wouldn't have pulled you to me
No I wouldn't have kissed your face
You wouldn't have begged me to hold you
If we hadn't been there in the first place
Ah but I know you wanted me to be there oh oh
Every look that you threw told me so
But you should’ve left the light on
You should’ve left the light on
And the flames burned away
But you're still spitting fire
Make no difference what you say
You're still a liar
You're still a liar
You're still a lawyer

domingo, 20 de setembro de 2009

A Lança, A Carne e A Rocha

Engraçado eu pensar sobre a minha adolescência, momento em que eu amei de forma mais sincera e destemida... mas, mesmo na adolescência, eu percebi que o amor era pra mim como uma lança que se enfiava na carne. Como poderia uma pessoa amar e deixar de amar assim, se o amor era essa lança, que apontava certeira no coração e fazia sangrar tanto?

Amei, amei profundamente. Duas garotas, uma em um momento diferente da minha vida. A primeira foi a minha melhor amiga - hoje eu a entendo assim, pois ela me tratou com a seriedade necessária para tal sentimento e jamais me iludiu, por mais que eu pedisse. A segunda foi a tentação da carne que, em seguida, se mostrou um espinho envenenado.

Porém, nenhuma das duas foi propriamente aquela lança que eu imaginei penetrando o meu peito... Eu cheguei a achar que isso não existia, que o amor era simplesmente aquela volúpia frívola que eu tanto vi - e participei - nos meus dezesseis anos. Porém, não mais que de repente, eu senti dois olhos enormes, de lança, me atravessando sem piedade numa aula de Criação Literária.

Juro, eu não acreditei. Achei até que aquilo fosse normal, que eu estaria diante de mais uma simples interação corporal... mas, ao mesmo tempo, algo estava muito diferente. Por que esses olhos de lança? Não, não eram de lança... eram de mar, verdes e límpidos, revelando a ponta de um iceberg que eu só via nos meus devaneios. Um iceberg cravado, como uma lança, em alto mar.

Arrisquei. Abri o meu peito para mais essa estocada. O meu espanto em saber que você também me queria desta maneira foi algo inexplicável. É como se a fenda do meu peito fosse preparada sob medida para te receber, e você também. O milagre do amor aconteceu, e eu estava acordado para ver.

Com ele, vieram também todas as dificuldades que um grande amor costuma enfrentar... e nós enfrentamos com muita coragem - tá, nem sempre fomos corajosos assim, mas a gente sustentou um ao outro nos momentos mais difíceis, durante os três anos e quatro meses do nosso laço. E vieram também a magia, a alegria e o gozo de todos os momentos felizes que passamos juntos.

Porém, eu não esperava que tudo fosse acabar. Pra mim o amor é como uma lança que se enterra na carne e deixa uma fenda que ninguém consegue mais preencher. E você... você quis ir embora, não aguentava mais a angústia de escolher entre o meu amor e o da sua pequena. E você foi. Mas não sem antes remexer a lança enfiada no meu peito, forçando para uma cicatriz ainda maior.

Eu não consegui deixar você ir embora. Eu enrijeci a carne; tornei-me rocha. Hoje, nenhum amor é grande ou forte o bastante para me tornar carne viva novamente. Porque eu hoje sou rocha que não deixa mais nenhuma lança me perfurar... ou sair. E eu fiz isso só pra não te deixar ir embora... de dentro de mim.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pêssego-Granito

De que vale o sabor
Do pêssego que na boca derrete
Se ainda pesa a dor
Do frio granito inerte?

De que serve o frescor
Da tua língua no meu paladar
Se não posso sentir o calor
Do teu peito a me amar?

domingo, 13 de setembro de 2009

Antítese

Eu sou mesmo um ser complicado.

Por trás de tanta docilidade
Por trás de uma voz que jamais se levanta
Ebulição.

Onde está todo o desejo de possuir
Segurar, fincando as unhas
Roubar você
Pra mim?

Te desejo
Te uso
Te tomo
E como!

Tão inseguro
Tão menino
Diante de tantos homens
É isso mesmo o que você quer?

Espero a verdade
Clamando pelo sim

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Amor

Teus pés
Minhas pernas
Tuas pernas
Minha cintura
Teus pêlos
Minha barriga
Tua barriga
Meu peito
Tuas costas
Minhas mãos
Tuas mãos
Meus cabelos
Teus seios
Minha boca
Tua boca
Minha orelha
Tua voz
Meu corpo
Teu corpo
Minha alma
Tua alma
Te amo

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um dia o circo mudará o mundo



Alegría - Cirque Du Soleil

(em italiano)
Alegría!
Come un lampo di vita
Alegría!
Come un passo gridar
Alegría!
Bel delittuoso grido
Della reuggente pena, seren
Come la rabbia di amar
Alegría!
Come un assalto di gioia

(em inglês)
Alegría!
I see a spark of life shining
Alegría!
I hear a young minstrel sing
Alegría!
Beautiful roaring scream
Of joy and sorrow, so extreme
There is a love in me raging
Alegría!
A joyous, magical feeling

(em espanhol)
Alegría!
Como la luz de la vida
Alegría!
Como un payaso que grita
Alegría!
Bello estupendo grito
De la tristeza loca, serena
Como la rabia de amar
Alegría!
Como un asalto de felicidad

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sonho de Girassol

Se o mundo dá voltas
Eu apenas acompanho
Olhar plantado
Esperando
Tua presença de sol
Teu sorriso iluminado
Teu calor, teu ardor
Tua luz da manhã

domingo, 6 de setembro de 2009

Soneto a Uma Só Mulher

Única e sozinha nesta vida
Será que tem sonhos de soneto?
Vive a estudar seu amuleto
Versos e uma máscara partida.

Um olhar de chuva e despedida
Como quem não canta mais dueto
Mas o seu sorriso é como o vento
Leva um riso leve na partida.

Não é qualquer coisa sua beleza
E seus sentimentos de enxurrada
Podem comover um troglodita.

Eu talhei na pedra a minha amada
Desejei pra sempre a dor bendita
Hoje eu não escondo essa tristeza.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Mais conversa

Sim, eu estou enrolando para começar a postar poesias, contos e outras baboseiras literárias que eu costumo escrever... já falei da minha falta de objetividade para esse tipo de coisa?

Desculpas; mas é que eu queria desmentir o que eu escrevi sobre duvidar de tudo, inclusive da lógica... na verdade eu sou um crédulo; acredito na magia dos sentimentos, acho que o circo um dia mudará o mundo, acredito no poder de um "eu te amo" dito com sinceridade. Acredito no amor - o que poderia tornar uma pessoa mais crédula do que acreditar no amor?

Você deve estar se perguntando sobre o que eu quero com Matemática, já que sou um romântico incurável com alguma habilidade para escrever... Por que eu não estou fazendo Letras, ou Música, ou Teatro? Ah, que estupidez a minha; você deve ter ido ler a minha descrição pessoal no perfil blogger (se não leu, vai saber agora): sim, eu sou formado em Letras. Além disso, eu sei tocar violão (mal, mas toco). Mas isso só aumenta a ênfase na pergunta: POR QUE MATEMÁTICA??

A resposta pode ser bem simples... mas essa resposta simples não me satisfaz. Bem profundamente, eu digo: não sei por que Matemática. Só sei que, diferente de escrever (passei sufoco com notas de Redação, e já entreguei provas em branco) e de tocar violão (tentei aprender com 17 anos, mas só consegui tocar a primeira música com 22 anos), Matemática é uma coisa que eu entendo muito bem, desde que me entendo por gente.

Ah, se fosse só isso... a verdade é que eu rejeitei a Matemática, durante a minha adolescência. Dizia que era "fácil e chata", e que interessante mesmo era a poesia. Mas, no fundo, eu nunca abandonei o gosto pelos cálculos; comecei a estudar Astrologia - ei, mas eu disse que não acredito em Astrologia! Bem... hoje eu não acredito, mas antes eu acreditava. Além disso, mesmo não acreditando eu continuo verificando coisas de signos, posição da Lua, essas coisas. Acho bonito.

O fato é que eu só rejeitei a Matemática na minha consciência; e hoje, voltando a estudá-la, eu percebi o quanto ela está no meu sangue. E creio que eu só rejeitei a Matemática porque era "legal" fazer isso - todos os populares odiavam Matemática, e se eu gostasse eu seria visto como nerd.

Acho que era isso; eu não queria ser nerd, mas hoje eu assumo: sou nerd sim. Sou tão nerd que jogo videogame até hoje, e me envolvo emocionalmente com as histórias dos jogos de RPG. Sou tão nerd que, se um amigo me chama pra ir à praia, eu não vou, só pra ficar mais tempo no computador. Sou tão nerd que falo sozinho sobre problemas matemáticos, teorias científicas, histórias de fantasia medieval e jogos eletrônicos, pois sei que conversar com alguém "normal" sobre esses assuntos causaria uma péssima impressão (de nerd) a meu respeito.

Bom... acho que agora já dá pra ter uma pequena impressão sobre "quem sou eu"; prometo que a próxima postagem não será falando de mim, mas sim uma poesia minha. Se você tiver paciência, não se arrependerá (ou talvez sim...). Até o próximo post.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Apresentação

Hoje começa o meu blog. Na verdade, este blog já tinha sido criado há muito tempo, mas como ele estava há muito tempo parado sem nenhuma postagem, então não se podia afirmar que existia realmente um blog. Assim, na prática ele começa hoje mesmo.

Não sei por onde começá-lo; queria postar alguns poemas meus, alguns contos, alguns textos que eu escrevi e não sei classificar, mas também queria falar um pouco sobre o que são essas sinapses nervosas que eu costumo chamar de "eu" - só que eu não sei nem mesmo o que "eu" sou, então...

Bom, vamos pular essa parte existencialista da minha cabeça; ela adora pensar coisas inúteis, então vamos para a biologia que é muito mais prática. Já que eu falei de sinapses nervosas, eu posso começar pelo que eu acredito mover o meu corpo; e como bom positivista, afirmo ser o meu cérebro a CPU desta minha máquina. Mas há um problema nisso tudo... eu não sou positivista.

Não sou positivista, e não acredito na ciência pura - apesar disso, existe muito mais coisa que eu também não acredito - céu, inferno, deus(es), astrologia, magia, espíritos, duendes, elfos, anões e hobbits - sendo que os últimos muito me interessam... aliás, eu gostaria muito de acreditar em alguma coisa mágica, mas a minha cabeça de lógica matemática não me permite isso. Mas como eu também costumo duvidar da lógica, então...

De novo, estou divagando sem muita objetividade. Bom, parece que não é possível para mim ficar com um único pensamento por muito tempo... a não ser que esse pensamento seja numa certa mulher que eu amei, e que eu às vezes tenho dúvidas se eu consegui mesmo esquecê-la.

Bem... se você, leitor, se interessou nesta apresentação, então é só continuar lendo e esperando por textos novos; eu prometo que tentarei manter este blog atualizado, apesar da minha preguiça, que por muito tempo me impediu de começar efetivamente a escrever aqui. Ah, esqueça isso, volte quando quiser e se quiser. E um bom resto de noite - sim, estou escrevendo de madrugada; ô costume de perder noites de sono...