terça-feira, 29 de setembro de 2009

Espelho de Narciso

Quando teus olhos cresceram
Sobre meus olhos descrentes
Minha alma em forma de “Y”
Seguiu um rumo estranho
Meu mundo, que era castanho
Ganhou tons de verde e vermelho
E tu, outrora espelho
Hoje és mar, onde morro afogado

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Corpo do Blog

Olá, leitores; desculpas pelo tempo sem postagens no blog, eu estive meio ocupado e com poucas ideias para compartilhar aqui (ainda estou). Aliás, provavelmente é por isso que eu estou aqui novamente escrevendo mais um post de conversa com vocês...

E eu fico pensando: é até engraçado falar em "olá, leitores", já que eu quase não vejo comentários a respeito das postagens, além de haver tão poucos seguidores (apenas 5, até o momento)... então, às vezes sinto como se eu escrevesse pra ninguém, ou quase isso.

Mas tudo bem; a primeira intenção deste blog foi a de eu escrever e postar coisas variadas que eu gostaria de guardar sempre na memória, seja porque é bonito, seja porque fala de momentos importantes da minha vida, seja porque elas fazem parte daquilo que compõe a minha matéria emocional. E assim eu vou escrevendo, ou aplicando Ctrl+C / Ctrl+V, ou editando html's pra caber aqui... transformando este cantinho da internet em uma coisa minha, pessoal e intransferível.

Mas então, voltando para o título: eu organizei este blog em 3 categorias, a citar:
- Cérebro (ou "assuntos internos e conversas com os leitores");
- Retina (ou "coisas apaixonantes que eu leio, ouço ou vejo");
- Vísceras (ou "textos tortos que saem direto do meu estômago para as mãos").

Assim está organizado, e assim estão dispostas as categorias na side bar à esquerda, para quem se interessar por apenas uma parte do blog - o cérebro, a retina ou as vísceras.

Hoje eu não vou postar nada de poesia; mas os leitores podem esperar pelos próximos dias, para eu decidir o que posto, no caso eu não escrever nenhum texto novo. Abraço a todos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sinead O' Connor: afinada, caótica e linda

(o vídeo é bem velho, então a qualidade da imagem fica a desejar... mas escutem a música)


Troy - Sinead O'Connor

I’ll remember it
And Dublin in a rainstorm
And sitting in the long grass in summer
Keeping warm
I’ll remember it
Every restless night
We were so young then
We thought that everything
We could possibly do were the right
Then we moved
Stolen from our very eyes
And I wondered where you went to
Tell me when did the light die
You will rise
You'll return
The phoenix from the flame
You will learn
You will rise
You'll return
Being what you are
There is no other Troy
For you to burn

And I never meant to hurt you
I swear I didn't mean
Those things I said
I never meant to do that to you
Next time I'll keep my hands to myself instead
Oh, does she love you?
What do you want to do?
Does she need you like I do?
Do you love her?
Is she good for you?
Does she hold you like I do?

Do you want me?
Should I leave?
I know you're always telling me
That you love me
Just sometimes I wonder
If I should believe
Oh, I love you
God, I love you
I'd kill a dragon for you
I’ll die
But I will rise
And I will return
The Phoenix from the flame
I have learned
I will rise
And you'll see me return
Being what I am
There is no other Troy
For me to burn

And you should’ve left the light on
You should’ve left the light on
Then I wouldn't have tried
And you'd never have known
And I wouldn't have pulled you tighter
No I wouldn't have pulled you close
I wouldn't have screamed
No I can't let you go
And the door wasn't closed
No I wouldn't have pulled you to me
No I wouldn't have kissed your face
You wouldn't have begged me to hold you
If we hadn't been there in the first place
Ah but I know you wanted me to be there oh oh
Every look that you threw told me so
But you should’ve left the light on
You should’ve left the light on
And the flames burned away
But you're still spitting fire
Make no difference what you say
You're still a liar
You're still a liar
You're still a lawyer

domingo, 20 de setembro de 2009

A Lança, A Carne e A Rocha

Engraçado eu pensar sobre a minha adolescência, momento em que eu amei de forma mais sincera e destemida... mas, mesmo na adolescência, eu percebi que o amor era pra mim como uma lança que se enfiava na carne. Como poderia uma pessoa amar e deixar de amar assim, se o amor era essa lança, que apontava certeira no coração e fazia sangrar tanto?

Amei, amei profundamente. Duas garotas, uma em um momento diferente da minha vida. A primeira foi a minha melhor amiga - hoje eu a entendo assim, pois ela me tratou com a seriedade necessária para tal sentimento e jamais me iludiu, por mais que eu pedisse. A segunda foi a tentação da carne que, em seguida, se mostrou um espinho envenenado.

Porém, nenhuma das duas foi propriamente aquela lança que eu imaginei penetrando o meu peito... Eu cheguei a achar que isso não existia, que o amor era simplesmente aquela volúpia frívola que eu tanto vi - e participei - nos meus dezesseis anos. Porém, não mais que de repente, eu senti dois olhos enormes, de lança, me atravessando sem piedade numa aula de Criação Literária.

Juro, eu não acreditei. Achei até que aquilo fosse normal, que eu estaria diante de mais uma simples interação corporal... mas, ao mesmo tempo, algo estava muito diferente. Por que esses olhos de lança? Não, não eram de lança... eram de mar, verdes e límpidos, revelando a ponta de um iceberg que eu só via nos meus devaneios. Um iceberg cravado, como uma lança, em alto mar.

Arrisquei. Abri o meu peito para mais essa estocada. O meu espanto em saber que você também me queria desta maneira foi algo inexplicável. É como se a fenda do meu peito fosse preparada sob medida para te receber, e você também. O milagre do amor aconteceu, e eu estava acordado para ver.

Com ele, vieram também todas as dificuldades que um grande amor costuma enfrentar... e nós enfrentamos com muita coragem - tá, nem sempre fomos corajosos assim, mas a gente sustentou um ao outro nos momentos mais difíceis, durante os três anos e quatro meses do nosso laço. E vieram também a magia, a alegria e o gozo de todos os momentos felizes que passamos juntos.

Porém, eu não esperava que tudo fosse acabar. Pra mim o amor é como uma lança que se enterra na carne e deixa uma fenda que ninguém consegue mais preencher. E você... você quis ir embora, não aguentava mais a angústia de escolher entre o meu amor e o da sua pequena. E você foi. Mas não sem antes remexer a lança enfiada no meu peito, forçando para uma cicatriz ainda maior.

Eu não consegui deixar você ir embora. Eu enrijeci a carne; tornei-me rocha. Hoje, nenhum amor é grande ou forte o bastante para me tornar carne viva novamente. Porque eu hoje sou rocha que não deixa mais nenhuma lança me perfurar... ou sair. E eu fiz isso só pra não te deixar ir embora... de dentro de mim.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pêssego-Granito

De que vale o sabor
Do pêssego que na boca derrete
Se ainda pesa a dor
Do frio granito inerte?

De que serve o frescor
Da tua língua no meu paladar
Se não posso sentir o calor
Do teu peito a me amar?

domingo, 13 de setembro de 2009

Antítese

Eu sou mesmo um ser complicado.

Por trás de tanta docilidade
Por trás de uma voz que jamais se levanta
Ebulição.

Onde está todo o desejo de possuir
Segurar, fincando as unhas
Roubar você
Pra mim?

Te desejo
Te uso
Te tomo
E como!

Tão inseguro
Tão menino
Diante de tantos homens
É isso mesmo o que você quer?

Espero a verdade
Clamando pelo sim

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Amor

Teus pés
Minhas pernas
Tuas pernas
Minha cintura
Teus pêlos
Minha barriga
Tua barriga
Meu peito
Tuas costas
Minhas mãos
Tuas mãos
Meus cabelos
Teus seios
Minha boca
Tua boca
Minha orelha
Tua voz
Meu corpo
Teu corpo
Minha alma
Tua alma
Te amo

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um dia o circo mudará o mundo



Alegría - Cirque Du Soleil

(em italiano)
Alegría!
Come un lampo di vita
Alegría!
Come un passo gridar
Alegría!
Bel delittuoso grido
Della reuggente pena, seren
Come la rabbia di amar
Alegría!
Come un assalto di gioia

(em inglês)
Alegría!
I see a spark of life shining
Alegría!
I hear a young minstrel sing
Alegría!
Beautiful roaring scream
Of joy and sorrow, so extreme
There is a love in me raging
Alegría!
A joyous, magical feeling

(em espanhol)
Alegría!
Como la luz de la vida
Alegría!
Como un payaso que grita
Alegría!
Bello estupendo grito
De la tristeza loca, serena
Como la rabia de amar
Alegría!
Como un asalto de felicidad

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sonho de Girassol

Se o mundo dá voltas
Eu apenas acompanho
Olhar plantado
Esperando
Tua presença de sol
Teu sorriso iluminado
Teu calor, teu ardor
Tua luz da manhã

domingo, 6 de setembro de 2009

Soneto a Uma Só Mulher

Única e sozinha nesta vida
Será que tem sonhos de soneto?
Vive a estudar seu amuleto
Versos e uma máscara partida.

Um olhar de chuva e despedida
Como quem não canta mais dueto
Mas o seu sorriso é como o vento
Leva um riso leve na partida.

Não é qualquer coisa sua beleza
E seus sentimentos de enxurrada
Podem comover um troglodita.

Eu talhei na pedra a minha amada
Desejei pra sempre a dor bendita
Hoje eu não escondo essa tristeza.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Mais conversa

Sim, eu estou enrolando para começar a postar poesias, contos e outras baboseiras literárias que eu costumo escrever... já falei da minha falta de objetividade para esse tipo de coisa?

Desculpas; mas é que eu queria desmentir o que eu escrevi sobre duvidar de tudo, inclusive da lógica... na verdade eu sou um crédulo; acredito na magia dos sentimentos, acho que o circo um dia mudará o mundo, acredito no poder de um "eu te amo" dito com sinceridade. Acredito no amor - o que poderia tornar uma pessoa mais crédula do que acreditar no amor?

Você deve estar se perguntando sobre o que eu quero com Matemática, já que sou um romântico incurável com alguma habilidade para escrever... Por que eu não estou fazendo Letras, ou Música, ou Teatro? Ah, que estupidez a minha; você deve ter ido ler a minha descrição pessoal no perfil blogger (se não leu, vai saber agora): sim, eu sou formado em Letras. Além disso, eu sei tocar violão (mal, mas toco). Mas isso só aumenta a ênfase na pergunta: POR QUE MATEMÁTICA??

A resposta pode ser bem simples... mas essa resposta simples não me satisfaz. Bem profundamente, eu digo: não sei por que Matemática. Só sei que, diferente de escrever (passei sufoco com notas de Redação, e já entreguei provas em branco) e de tocar violão (tentei aprender com 17 anos, mas só consegui tocar a primeira música com 22 anos), Matemática é uma coisa que eu entendo muito bem, desde que me entendo por gente.

Ah, se fosse só isso... a verdade é que eu rejeitei a Matemática, durante a minha adolescência. Dizia que era "fácil e chata", e que interessante mesmo era a poesia. Mas, no fundo, eu nunca abandonei o gosto pelos cálculos; comecei a estudar Astrologia - ei, mas eu disse que não acredito em Astrologia! Bem... hoje eu não acredito, mas antes eu acreditava. Além disso, mesmo não acreditando eu continuo verificando coisas de signos, posição da Lua, essas coisas. Acho bonito.

O fato é que eu só rejeitei a Matemática na minha consciência; e hoje, voltando a estudá-la, eu percebi o quanto ela está no meu sangue. E creio que eu só rejeitei a Matemática porque era "legal" fazer isso - todos os populares odiavam Matemática, e se eu gostasse eu seria visto como nerd.

Acho que era isso; eu não queria ser nerd, mas hoje eu assumo: sou nerd sim. Sou tão nerd que jogo videogame até hoje, e me envolvo emocionalmente com as histórias dos jogos de RPG. Sou tão nerd que, se um amigo me chama pra ir à praia, eu não vou, só pra ficar mais tempo no computador. Sou tão nerd que falo sozinho sobre problemas matemáticos, teorias científicas, histórias de fantasia medieval e jogos eletrônicos, pois sei que conversar com alguém "normal" sobre esses assuntos causaria uma péssima impressão (de nerd) a meu respeito.

Bom... acho que agora já dá pra ter uma pequena impressão sobre "quem sou eu"; prometo que a próxima postagem não será falando de mim, mas sim uma poesia minha. Se você tiver paciência, não se arrependerá (ou talvez sim...). Até o próximo post.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Apresentação

Hoje começa o meu blog. Na verdade, este blog já tinha sido criado há muito tempo, mas como ele estava há muito tempo parado sem nenhuma postagem, então não se podia afirmar que existia realmente um blog. Assim, na prática ele começa hoje mesmo.

Não sei por onde começá-lo; queria postar alguns poemas meus, alguns contos, alguns textos que eu escrevi e não sei classificar, mas também queria falar um pouco sobre o que são essas sinapses nervosas que eu costumo chamar de "eu" - só que eu não sei nem mesmo o que "eu" sou, então...

Bom, vamos pular essa parte existencialista da minha cabeça; ela adora pensar coisas inúteis, então vamos para a biologia que é muito mais prática. Já que eu falei de sinapses nervosas, eu posso começar pelo que eu acredito mover o meu corpo; e como bom positivista, afirmo ser o meu cérebro a CPU desta minha máquina. Mas há um problema nisso tudo... eu não sou positivista.

Não sou positivista, e não acredito na ciência pura - apesar disso, existe muito mais coisa que eu também não acredito - céu, inferno, deus(es), astrologia, magia, espíritos, duendes, elfos, anões e hobbits - sendo que os últimos muito me interessam... aliás, eu gostaria muito de acreditar em alguma coisa mágica, mas a minha cabeça de lógica matemática não me permite isso. Mas como eu também costumo duvidar da lógica, então...

De novo, estou divagando sem muita objetividade. Bom, parece que não é possível para mim ficar com um único pensamento por muito tempo... a não ser que esse pensamento seja numa certa mulher que eu amei, e que eu às vezes tenho dúvidas se eu consegui mesmo esquecê-la.

Bem... se você, leitor, se interessou nesta apresentação, então é só continuar lendo e esperando por textos novos; eu prometo que tentarei manter este blog atualizado, apesar da minha preguiça, que por muito tempo me impediu de começar efetivamente a escrever aqui. Ah, esqueça isso, volte quando quiser e se quiser. E um bom resto de noite - sim, estou escrevendo de madrugada; ô costume de perder noites de sono...