Vem, visão da Lua cheia
Que a noite ainda tem muito a nos dizer.
Arranca-me docemente do meu sono
E arde comigo
Meu corpo em chamas
Grita calado
Pelo teu calor
Minha boca seca pede
Teu beijo vermelho
Entre ondas vermelhas flamejantes
Que jamais deixaram de queimar.
Queimam as minhas mãos
Pois aprenderam o tal caminho
O teu caminho
Passagem sem volta
Misto da glória e do desespero
De alcançar teus relevos
E nunca mais esquecer
A dor e o prazer
De perder-te e me perder.
Perdem-se os meus olhos
No vazio dos pensamentos
Onde somente existem
Teus poços d'água cristalinos
Verdes infinitos
Onde eu mergulhei
Desde o primeiro momento
E desejei para sempre
Perder meu fôlego em ti.
Sem fôlego eu fico
Toda vez que encontro
A tua visão
E torno-me Lua
Em fases, como a Lua
Crescente, quando te busco
Minguante, quando te deixo
Nova, quando te espero
E cheia, quando te amo.
Vem, visão da Lua cheia
Que a noite ainda tem muito a nos dizer.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
esse poema parece ser para alguém específica...
Velho, não sei se você criou esse agora ou se ele é antigo. Só sei que de todos que tu escreveu é um dos meu favoritos. Muito bom mesmo cara, sempre se superando.
Abração!
Adorei, é lindo... A idéia de ser lua em fases é muito bacana e nunca li nada sobre isso. É especial!!!
Bjs,
Marize
Na verdade, Cecília Meirelles tem um poema que fala "tenho fases, como a Lua"... mas há uma grande diferença entre as fases dela e as minhas. =P
Nunca mais voltei aqui. Vejo em agosto que me retornou em março o comentário. Não conheço as fases, como a Lua, de Cecília mas não duvido que sejam muito bonitas e poéticas. Entretanto, as de Davi que são diferentes das de Cecília, me parecem muito interessantes, vivas.
Postar um comentário